viagens de negocios

Como são as coisas

Antes eu esperava um amigo na esquina lá da rua onde eu morei para irmos juntos na rua de baixo para trocarmos brinquedos, bolinhas de gude e todos aqueles escambos de criança

Depois eu cresci e passei a ir de ónibus até o centro da cidade para encontrarmos um amigo e pegarmos outro ónibus para irmos a casa de uma pessoa negociar certas coisas

Passado algum tempo eu estava pegando um ónibus inter-municipal para encontrar um conhecido para pegarmos outro ónibus e irmos fazer negócios na loja de um fulano qualquer

E o tempo foi passando e logo me vi pegando um avião para outro Estado para encontrar com um estranho em um aeroporto e de lá pegarmos uma conexão para outro Estado onde negociaríamos com um empresário na sua empresa.

Agora, enquanto escrevo este texto vejo-me em um terminal o qual acabo de chegar depois de 11h de voo intercontinental e estou a espera de um empresário que vem de outro voo tão longo quanto o meu e vamos pegar outro voo de mais umas 6h para outro continente a fim de negociarmos algumas coisas com um outro empresário na sua instituição...

E de encontros em encontros vamos construindo o nosso mundo e o mundo do outro.

Fogo na Carne da Mente

Queimei minha carne
não foi com fogo
Foi apenas com uma fagulha
Do carvão em brasa.

Não foi na pele que caiu
Foi na camisa
Mas o tecido cedeu
E chegou a pele

Queimei minha carne
Não foi com fogo,
Foi apenas com uma fagulha
Da minha mente em brasa

Não foi na pele que caiu
Foi na camisa 
Mas o tecido cedeu
E chegou na minha mente

Queimei minha carne
Não foi com fogo
Foi com o sentimento 
Da minha mente em brasa

Não foi na pele que caiu
Foi na camisa
Mas o cérebro cedeu
E chegou na minha mente

Queimei minha carne
Não foi com coração
Foi o sentimento
Da minha mente em brasa

Não foi na pele que caiu
Foi no querer
Mas o cérebro cedeu 
E chegou na minha mente

Queimei minha alma
Não foi o coração 
Foi o sentimento
Da minha mente em brasa

Não foi no mim que caiu
Foi no querer
Mas o cérebro cedeu
E chegou na minha mente

Da minha mente em brasa
Queimei o minha alma 
E chegou na minha mente 
Não foi em mim que caiu

Foi no querer
Mas o cérebro cedeu
Não foi o coração 
Foi o sentimento.





Pérolas EJAS 2015



O Ejas 2015 foi excelente, a cada ano nossas expectativas são superadas.

Ficamos em dois hotéis na região da Praia da Rocha: Júpiter para as meninas e Rocha para os meninos.

Exceptuando o pequeno almoço todas as actividades e refeições foram em conjunto no hotel Júpiter. Fomos grandemente fortalecidos por maravilhosas intervenções de alguns oradores que tiveram parte activa durante os 4 dias de conferência.

Eu particularmente gostei imenso do discurso sobre os limites e o exemplo de que só de mastigarmos as uvas em passas (sem engoli-la) já estamos a consumi-las, é o mesmo com o pecado.

Mas também tivemos pérolas, muitas pérolas, e é sobre elas que vou escrever. Sem elas não teríamos tido metade da descontracção que tivemos durante as intervenções.

Antes de deixá-las peço para que no próximo Ejas os irmãos continuem a pronunciar estas pérolas para alegrar-nos cada vez mais.

Pérolas do Ejas 2015 Portimão

Atenção às frases a seguir possuem um carácter de forte conotação cómica. e possui o carácter de entretenimento e charge escrita, nada mais.  Lê quem "qué"!


“Vamos poder frequentar a piscina das meninas?” – Abertura


“_Eu sou um pseudo-cientista e...
_Eu sou estudante de astrofísica e...
_Eu sou Físico...
Eu sou cozinheiro!”

“Como eu, que sou tão inteligente quanto o senhor, posso consigais uma mulher tão bonita quanto a sua?” – A Contemplação do Universo “como se destroi uma palestra ou como se constrói uma bagunça”

“Uma coisa que eu aprendi é que nunca devemos ir para o Ejas com a namorada... parece que a namorada é uma âncora” – Testemunhos

“Eu queria corrigir uma cena que eu havia dito no último FSY, “Igreja Evangélica””

“Que conselhos é que dava para quem quer encontrar uma namorada?” - Essa pergunta se repetiu inúmeras vezes

Oradores: “Irmão, mas a pergunta... qual é a pergunta?” – todas as reuniões que haviam perguntas.

“Eu quero fazer uma pergunta ha há ham ...” –

“E porquê que só temos lanche no domingo?”

“ Irmão, vamos ter a seia”

“Não comam uma Madalena, comam um queck”

Orador: “Todos nós temos os nossos 30 minutos de inteligência e depois paramos...
Público: _Então os meus estão a acabar porque eu estou a ficar confusa” – Contemplação do Universo

Orador“Não haverá mais o Baile do Hotel, o Baile será aqui...
Público: _ Mas haverá ar condicionado?”

“Eu só vou responder a sua pergunta depois que a camisa estiver arrumada”

“Qual o conselho que o senhor dá para o irmão ou irmã que tem todas as condições para namorar mas é muito tímido?”

Foram estes que eu recolhi nas paragens de regresso e no autocarro, se lembrarem de mais algum comente abaixo.

Antes de terminar gostaria de mencionar alguns pedidos:

- Ar condicionado por favor, principalmente nos bailes! (Nos EJAS que eu fui o problema se manteve :( )

- Irmãos fazer perguntas é diferente de contar histórias e fazer discursos. Pergunta é uma coisa, contar histórias e fazer discursos é outra.

- Quando for opinar seja breve e sucinto, não queria ser o orador!

- Prestar testemunho é uma coisa, contar histórias e fazer discursos é outra.

E para terminar: quando eu estou a falar em público e noto que algumas pessoas estão a sair de perto de mim posso ter dois tipos de pensamento:

1º Se calhar elas não estão gostando do que eu estou a falar

2º Se calhar elas estão a gostar tanto do que eu estou a falar que até saíram para chamar mais pessoas.


As palavras, atitudes e comportamentos só possuem a força que nos damos a elas. Portanto não levem tudo ao peito ;)
Espero que tenham rido um bom bocado

Abraços

PS.: Link das photos tiradas com a gopro

Photos GoPro Google Drive


As Mulheres de Morais, Vinícius

     Certa noite, que até poderia ser hoje, não fosse a tácita ausência que certo amigo pediu-me com respeito à geografia que pré-figurava a sua presença - alguns não poderiam saber que ele estava em Matosinhos àquelas horas da noite - encontrei-me com este amigo, cujo nome terei de omitir já que confessei à sua presença nesta noite em Matosinhos. Resolvemos jantar por ali mesmo em um gentil local de nome Proa, Marisqueira. Entre um Tamboril e outro decidimos falar sobre: "Mulheres".
     Assunto poliatómico e muito em voga nas rodas sociais. Passou-nos pela mente - mais na dele do que na minha, não fosse ele versado com algum título universitário, vulgo PhD, na área da Literatura - vários autores que cultuavam ou explicavam, de alguma forma, a Mulher; relembramos certo trecho de Vinicius de Morais, mais ele do que eu, não fosse ele possuir um pouco mais que o dobro da minha idade e viver entre literaturas e boémias.
     Lembramos que Vinicius, o de Morais, classificou a mulher, além dos vários acordes, em duas categorias distintas e cujo conhecimento, faz-se extremamente necessário na relação entre os então chamados "inimigos inseparáveis", homem e mulheres. Existem pois, mulheres Ácidas, hidrogenadas de sabor azedo e Básicas, graças à união dos óxidos com a água.
     Lembra-mo-nos que, de Morais, exemplificou-as, para evitar que os levianos cometessem injustiças por não levarem em conta o que vai alem da aparência, como é o caso das loiras que podem parecer ácidas, mas que muitas vezes são mais básicas que muitas morenas.
     O que nos pareceu, ao relembrar de Morais, foi que as ácidas são, na sua maioria, mais belas que às básicas e por terem um certo conhecimento desta acidez, tentam disfarçar, fazendo um uso mais do que perfeito da maquilagem e de outros apetrechos, que são na sua maior parte, utilizados pelas rivais, às básicas.
     Também havia ali qualquer coisa de geografia e passamos a - não no que convinha a de Morais, mas sim ao nosso conhecimento, mais uma vez, mais os desse meu amigo que os meus - classificar em Básicas e Ácidas as Mulheres pelas quais convivemos de acordo com sua geografia.
     Começamos pelo Brasil, talvez em minha homenagem, entrementes quis abrir espaço para toda a América do Sul. Lá há de tudo, achamos nós, porem em todo lugar há de tudo e o que importava era a nossa visualização das locais em seus extremos de 8 e 80. Concluímos a América do Sul como terra das Básicas, mulheres que em tudo são Amor, quentes, fogosas, capazes mesmo de devolver a cor àquele papel de tornassol que fora antes tingido de vermelho pelas ácidas. Lá deveria ser para todos a terra dos primeiros amores e também dos últimos, após é claro, uma passada pelas ácidas ao redor do Globo.
     Já às nortenhas do México para cima, com excessão das zonas mais fronteiriças, possuem em sua essência à acidez, são extremamente criticas e não raro frígidas, ou tivemos durante a vida péssimas companhias provindas desses lados. Segundo o PhD em cena, há uma excessão mais à Oeste, pelos lados do Hawaii.
     Passando mais a Oeste e voltando para o Sul, temos um meio termo Oceânico com uma grande maioria Ácida na Austrália. É estranho como ocorre uma inversão de substancias com a inversão dos pólos, neste caso às Orientais, especialmente asiáticas, são, ao contrário do que possa parecer, muitíssimo básicas. No extremo Norte Oriental há de tudo e curiosamente enquanto mais para o Ocidente vamos, apalpando o terreno feminino, mais básicas vamos conhecendo.
     Deixando um pouco às europeias e partindo mais para o Sul, percebemos que, de Moçambique para cima, de onde temos conhecimento, inicia-se com Básicas e termina-se com as Básicas.
     Voltando à Europa, constatamos que temos um Sul bem Básico e enquanto mais subimos com as mulheres para o Norte, mais ácidas elas vão ficando.

     Concluímos que... Por sabermos que há algumas mulheres a lerem este blogue, preferimos manter segredos quanto às conclusões.




2013-03-13
D.Thardim
Marisqueira da Proa | Matosinhos 

Pacensem Praeteritum

Já não há mais o que ler em minha estante. 
Todos já foram lidos
Não guardo mais mensagens em meu telemóvel; 
a cada noite recomeço. 

Pacensem Praeteritum

Os livros ajudam-me a lembrar, 
as mensagens ajudam-me a lembrar.
Não leio mais livros, 
Ainda leio mensagens.

Pacensem Praeteritum

Eu já não lembro do meu passado. 
Mas tal como os livros, 
ele continua na estante. 
Às mensagens? Não são para esquecer...

Pacensem Praeteritum

     Mas há sempre quem mecha em minha estante, peque um livro e folie. Minha vida é um livro aberto, com algumas páginas coladas. Não sei qual o capítulo que irá ler: pode ser a minha divertida infância, a agitada adolescência, o calmo inicio da vida adulta, o casamento e a separação. Às loucuras das noites de verão, ou os vale-tudo computacionais, tais como os reais. Podes ler sobre uma paixão, várias paixões. Um amor arrebatador, um ódio usurpador. 


Pacensem Praeteritum

     Podes ler sobre o Eu que lá esta. O Eu que aqui esta tem um pouco do Eu de lá, mas não o é. Assim como todo o meu passado trouxe-me onde meu Eu agora esta e não o leva mais para lá. 


Pacensem Praeteritum, Tania Martins, Dauberth Thardim
 - Pacensem Praeteritum -
Photo de Tania Martins
Art de Dauberth Thardim


Pacensem Praeteritum de 
Dauberth Thardim
ISEP | Porto, 2013-03-12

Cale-me Em Noite Escura...

Quando cala a noite em silêncio escuro
Não pelos sons que deixei de ouvir
Mas pelos que não ouço

Escuto em mim, mesmo que "mim" nada escute
O barulho que não vem de ti
daquele som que não fizeste.

Então calo-me junto a noite
e escuro fico em quarto claro
com a porta entreaberta a esperar-te

Ouço Charles, o Ray
leio Pessoa, o Fernando 
e bebo tinto, o vinho

Penso em um futuro que nunca virá
Em um presente que não acontece
e no passado que nunca houve

Componho com o meu violão
o soneto que eu não declamo
guardo em branca folha os rabiscos do meu coração

Verdade; hoje olhei para o Mar
Verdade; não o vi só hoje
Mas hoje o olhei

Admiro o Mar
sempre constante nunca se cansa
Sonho em ser o Mar. Soneto!

Um dia vamos ser o Mar
sempre constantes no nosso amor
Amor de Mar, Amor a Mar

Quando este dia chegar
não mais calarei sozinho em noite escura
calar-me-a tu...

(To be...)

Joana Pereira Fotografia no Porto, Portugal
... e bebo o tinto, vinho...
- Photografia | 2010-04-29 | Joana Pereira -
Homenagem a Marte
D.Thardim












Por Amor às Causas Perdidas

     Daqui de onde eu estou, posso ver o Mar. Eu vejo a avenida iluminada e as ondas a quebrarem na praia. Do outro lado eu vejo os arcos do aqueduto, desde o infinito até o Mosteiro de Santa Clara. Eu vejo pessoas a passarem no passeio numa noite fria de fins invernais e os carros a transitarem na avenida.
     Lembro-me do dia em que cá estivestes, da vista sobre o rio desde o mirante do Mosteiro até o mirante da Capelinha, do chocolate com amêndoas no Café do Parque e do Jantar a Marisqueira no Restaurante la da Póvoa.
     A pouco tive um sonho, sonhei que era Sábado e nos encontramos na Ribeira la do Douro, subimos algumas escadinhas e fomos dar bem em cima da bela Ponte de D. Luís. Passamos para Gaia e subimos a Serra do Pilar, lá ficamos a conversar. A fome já chamava e resolvermos comer algo bem ali daquele lado.
     Fizemos todo o caminho contrário e logo estávamos mais uma vez na Ribeira, dessa vez de Gaia. Andamos um pouquinho e logo chegamos a um lugarzinho, um tanto quanto lindo. Entramos e diretos fomos para a esplanada, lá logo depois chegou uma tábua de tapas.
     A linda vista do Douro, da Ponte, da Igreja da Sé la no alto e da Torre dos Clérigos ainda mais distante fez do cenário uma plenitude, que junto com a tua presença encheu-me de lux.
     Dali a passear, o frio a cortar, um Porto num bar, uma gata a ninar. És tão linda, vista lá do alto do bacalhoeiro, tão esbelta!
     Horas parecem minutos quando ao teu lado eu estou, parecem minutos quando ao meu lado tu estas.



- As melhores partes -

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Um prazer cada vez mais raro
Vaidades que a terra um dia há de comer.
Grandes negócios, pequeno empresário.
Por amor às causas perdidas.
Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento

Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas

Tudo o que eu fiz foi por amor às causas perdidas
D.Thardim
Vila do Conde, 3º dia do 3º mês, 2013